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Um cara chamado Genivaldo

Fechando o mês de maio, nos deparamos com imagens aterradoras rondando os noticiários, redes sociais e grupos de conversa, o assassinato brutal de Genivaldo de Jesus dos Santos.


Não somos analistas criminais, nem mesmo um canal de notícias tristes, mas é impossível não entrar nesse debate sobre a reação brutal dos policiais rodoviários federais que abordaram e mataram o cidadão Genivaldo por estar pilotando uma moto sem capacete.

Faremos uma análise além do tema “criminalidade explícita”, analisaremos a crueldade humana, a total falta de amor ao próximo, de caridade, de cuidado, a frieza atroz ao lidar com o outro.

Nossa sociedade, desde os primórdios, sempre esteve envolvida em casos de agressão; historicamente nossas conquistas sempre envolveram brigas, conflitos, guerras, porém, hoje em dia estamos diante da brutalidade sem motivo. O senso de humanidade, que é o que nos difere de outras espécies não racionais, tem ficado, cada vez mais, perdido no tempo e no espaço. O outro, virou apenas, o outro. Matam-se pessoas, como apagam-se um caderno. Coisa simples, afinal é só mais uma vida! ALERTA! Só mais uma vida? Como só mais uma vida?


Vida, no dicionário, caracteriza-se por organismos cuja existência evolui do nascimento até a morte. Evolui, essa é a grande diferença da vida humana, ela e-vo-lui. Ela cresce, aprende, comete erros e se ergue, ela segue adiante, ela cumpre seu papel na terra e só depois morre. Ou seja, cada ser humano tem seu caminho, seu objetivo de vida, seu processo de aprendizado. Não há mudança no mundo externo que não passe necessariamente pela mudança da relação com o mundo interno. E onde está escrito que alguém é capaz de decidir friamente o valor dessa vida?


Segundo Carl Jung “na última análise, a coisa essencial é a vida do indivíduo. Só isso faz história, por si só, só as grandes transformações ocorrem e todo futuro, toda história do mundo, finalmente nasce como uma soma gigantesca dessas fontes ocultas em indivíduos.”


Analisando os fatos, acho que o que mais chocou, além do fato em sim é óbvio, foi a forma como tudo foi realizado. Pessoas assistindo, filmando, comentando, enquanto isso, Genivaldo se contorcia dentro da viatura da corporação.

Fica aqui uma grande pergunta: onde está o sentimento de humildade das pessoas ? Como está a capacidade de avaliar que o outro vale tanto quanto cada uma das pessoas que estavam presenciando e vivenciando a situação? A individualização do mundo atual, está tratando como banal, o sentimento e a vida do próximo, esquecendo que ela é tão bela e importante, quanto a de cada um de nós.

O egoísmo, enraizado em algumas pessoas, faz com elas esqueçam que hoje, podia ser ela a estar sentada em uma moto, trafegando em uma via sem capacete, ou então, o João, a Maria o Pedro, mas naquele dia, era apenas o Genivaldo. E afinal, quem era Genivaldo?


E aí, o que você pensa sobre o assunto? Deixe seu comentário.



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