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Doce Inocência, roubada...

No ano de 2019, foi lançado o filme Inocência Roubada. A história inspirada no drama real vivido pela atriz Andréa Bescont, conta que Odette, interpretada por Cyrille Mairesse, aos oito anos, foi molestada por uma amigo dos seus pais. Como toda criança inocente ela gostava de pintar e desenhar e eventualmente brincava com os adultos, por isso não se recusou em participar de uma “guerra de cócegas”. O molestador permaneceu impune por décadas.

Uma história que deveria ficar apenas atrás das lentes do cinema e das página dos livros, faz parte do dia a dia de muitas crianças. O abuso infantil, que em grande parte é cometido por pessoas que são de “confiança”, pais, irmãos, tios, primos, amigos da família, assombram a vida de muitos. Os lares, que deveriam ser as muralhas protetoras desses pequenos, muitas vezes servem de calabouço para os abusos e geram traumas, problemas psicológicos, chegando muitas vezes à morte.


O grande problema que ronda esses casos é que eles podem ocorrer em qualquer lar, independente da classe social, sendo normalmente envoltos por um névoa de ameaças e escondidos sob o medo da exposição. Geralmente o abusado, ou não percebe inicialmente que está sendo violentado, ou, quando consegue detectar, muitas vezes sofre com a incredulidade da família, ou com ameaças do abusador.


Em meio a tantas histórias tristes, muitos famosos, aproveitam sua importância na mídia, para divulgar casos pessoais e assim alertar sobre o cuidado que devemos ter com as crianças e adolescentes.


As atrizes Claudia Jimenez, Charlotte Lewis e Queen Latifah, as apresentadoras Xuxa e Oprah Whinfrey, a cantora Pitty, o ator José de Abreu e a atleta Joana Maranhão, são alguns dos exemplos de celebridades que vivenciaram algum tipo de crueldade entre a infância e adolescência e que escolheram expor suas histórias em prol do alerta aos possíveis sinais de violência.

A apresentadora Angélica, que sofreu abuso em uma viagem a trabalho quando ainda era adolescente, resolveu encabeçar uma campanha em parceria com o Instituto Liberta, de nome #AgoraVcSabe, com o intuito de mobilizar e alertar a sociedade sobre o enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes.


Porém, o mundo dos famosos não é feito somente de vítimas. No dia 16 de maio, nesta segunda-feira, a atriz de Doutor Estranho (2016), Zara Phythian e seu marido Victor Marke, que é instrutor de artes marciais, foram presos por abuso infantil. A corte de Nottingham Crown, na Inglaterra condenou a atriz a oito anos de prisão pela acusação de abusar sexualmente de uma vítima durante os anos de 2003 e 2005, quando a adolescente tinha entre 13 e 15 anos.


Dentre os casos mais famosos e que até hoje tem uma grande repercussão está o da pequena Araceli Cabrera. Araceli, no dia 18 de maio 1973, foi drogada, estuprada e morta, por rapazes da sociedade capixaba, que acabaram impunes das atrocidades cometidas. O ato brutal aconteceu quando ela tinha apenas 8 anos de idade.


Além de roubar a inocência das crianças e forçá-las a uma dura realidade, o abuso pode gerar problemas sociais, de relacionamento e de comportamento, como agressividade, abuso de substâncias, depressão, entre outros.


A criança, muitas vezes, em sua inocência, não consegue perceber que está sendo abusada e quando se dá conta, acaba carregando um pensamento de autorresponsabilidade, achando que de alguma maneira ela se ofereceu para que o abuso pudesse acontecer.


Quando geramos uma criança e a trazemos ao mundo, assinamos um termo cósmico de responsabilidade e cuidado com essa nova vida. Porém, muitos pais utilizam a desculpa da vida corrida para não prestarem atenção aos sinais que a criança emite e se esquecem de que se responsabilizar por uma vida, não é simplesmente ter dinheiro pra prover o melhor ensino, as melhores viagens e distrações, as melhores roupas, mas sim, ter um olhar atendo a todos os detalhes que ocorrem na vida desses pequenos. Os sinais de raiva, de introspecção, de medo, de receio por uma pessoa, tudo tem que ser observado e sempre verificado.


Essa é uma máxima que sempre devemos carregar para nossas vidas. Se há alguém que depende de nós, significa que precisamos nos cercar de todos os cuidados possíveis. Olhares atentos às pessoas que se aproximam, que querem se comunicar em redes sociais ou através do WhatsApp. Na verdade, sempre penso sobre a premissa da “invasão de privacidade”, quando se trata da privacidade de um menor. A meu ver, a liberdade do menor, tem que ser sempre vigiada. Nos dias de hoje é melhor pecar por excesso do que se arrepender por ter sido negligente.


Em meio a tanto dilema, temos que deixar o radar sempre ligado para o que acontece dentro e fora das nossas parede e sempre prezar pelo bem estar de nossas crianças.


E não se esqueça, se desconfiar de algo, Disque 100 e DENUNCIE. Vamos dar um BASTA na exploração sexual de menores.


Você concorda comigo? Deixe aqui seu comentário.

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