Os vírus são seres microscópicos e bastantes simples, cuja maior característica é a capsula de proteínas protegendo o material genético. Alguns estudiosos os consideram seres vivos, enquanto outros os consideram seres não vivos. Falando assim até parece que esse ser não é capaz de causar tantos transtornos como vem causando desde o ano de 2019, quando surgiu na China uma nova variedade do COVID, que nada mais é do que um vírus que já circula em nossa sociedade há muito tempo.
Com uma alta taxa de circulação do novo coronavírus (SARS-CoV-2) no nosso país, o Brasil se tornou um cenário ideal para as mutações do vírus e o surgimento de novas variantes, já que elas aparecem durante o processo de replicação viral, que é entendida como o processo de invasão de vírus no hospedeiro, onde ele passa a interagir com as células ali presentes, subvertendo-as para produzir mais vírus. Além da variante conhecida como a de Manaus, a P.1, de acordo com o levantamento da Fiocruz há pelo menos outras quatro variantes circulando em nosso país.
No Brasil, de acordo com o levantamento feito em março, são observadas, em ordem crescente, as seguintes variantes/linhagens do coronavírus: B.1.1.29; B.1.1.28; B.1.1.33; P.1 (derivada da B.1.1.28 e conhecida como a variante de Manaus); e P.2 (derivada da B.1.1.28 e conhecida como a variante do Rio de Janeiro). Mais recentemente, foi identificada a variante N9, encontrada originalmente em São Paulo e derivada da linhagem B.1.1.33.
De acordo com o virologista do departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), Flávio Guimarães o alto número de casos relacionados à doença não deve ser justificado apenas pela presença das novas variantes, especialmente a variante de Manaus.
"As novas variantes, certamente, impactam, mas elas não são os únicos responsáveis pelos números que estamos vendo. O principal responsável, inclusive pelo caos que vimos, primeiramente, em Manaus, é a não aderência da população aos três pilares do distanciamento social, do uso de máscaras e antissépticos e de se evitar aglomerações", aponta o virologista.
Em relação à cepa de Manaus, o virologista afirma que a P.1 pode se tornar a cepa dominante no nosso país, uma vez que em variados estados ela já é a principal variante detectada na população. Já em Minas Gerais é observada a dominância da cepa P.2, descoberta no Rio de Janeiro.
"Essa cepa [de Manaus] apresenta mutações que lhe conferem vantagens replicativas, ela se liga mais facilmente aos receptores celulares que o vírus usa para entrar na célula. Além disso, a P.1 apresenta uma maior probabilidade de evadir, ou seja, escapar de respostas imunológicas conferidas contra o coronavírus por vacina ou por infecção prévia. Só que, por enquanto, as vacinas que temos ainda são eficientes contra essa variante", ressalta o virologista.
É importante destacar que a cepa de Manaus também trouxe uma mudança no perfil de internações em decorrência da COVID-19, incluindo pessoas mais jovens em quadros mais graves de evolução da doença. É preciso também considerar que os jovens apresentam uma tendência maior em se expor aos riscos, pois eles acreditam, erroneamente, estarem menos sujeitos a quadros graves da doença, reduzindo as medidas de distanciamento social.
Dentro do cenário brasileiro é possível que observemos novas mutações do vírus, sendo que essa não deveria ser a principal discussão neste momento, pois, de acordo com o especialista, "Enquanto não atingirmos um nível de imunização adequado na população pela vacina e a população continuar a não se adequar às regras de proteção, vamos ter uma alta multiplicação viral na população, como estamos vendo agora".
"Quando você tem uma alta multiplicação viral e baixa imunidade, criamos um ambiente propício para que novas variantes surjam ou, pior, para que as variantes que já estão aqui continuem acumulando mutações", alerta. Neste cenário, a variante P.1 poderia acumular mais mutações positivas, acarretando em uma carga viral ainda maior ou uma capacidade extraordinária de resistência às vacinas já desenvolvidas contra a COVID-19.
Dessa forma, a melhor forma para combater ainda é a proteção, logo, mesmo após ter sido vacinada (o), continue adotando as medidas de segurança, como o uso da máscara e a higienização das mãos, o distanciamento social e evite aglomerações. Somente com medidas profiláticas poderemos reduzir o número de casos e evitar a circulação do vírus, impossibilitando suas mutações.
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